Os lares brasileiros que dependem do dinheiro dos aposentados estão em ascensão. Em um ano, a parcela de casas em que mais de 75% do ganho mensal vem de idosos subiu 12%, de 5,1 milhões para 5,7 milhões.
Os dados foram elaborados pela LCA Consultores, com base na Pnad Contínua, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Segundo informa o instituto, desde 2016 há uma forte tendência de crescimento dos domicílios cuja principal fonte de renda são aposentadorias e pensões.
O engenheiro Eloi Gallego, de 71 anos, se preparou por quatro décadas para a aposentadoria. Seu objetivo era aproveitar o tempo livre para fazer viagens com a esposa.
Porém, quando sua filha e seu genro ficaram desempregados, Gallego assumiu todas as despesas familiares. “Como eu decidi não deixá-los perder a qualidade de vida que tinham, as contas aumentaram. Agora é necessário fazer economias na rotina”, diz o aposentado.
Motivos
As mudanças estruturais da sociedade brasileira influenciam esse cenário. Devido às melhorias nas condições de vida pelas quais o país passou nas últimas décadas, aumentou-se a expectativa de vida, e consequentemente a população idosa no Brasil.
Isso, aliado à crise econômica e a alta taxa de desemprego são aspectos que explicam o aumento da dependência da aposentadoria nas famílias.
O envelhecimento da população não é um problema, mas uma realidade demográfica na qual necessita de orientações das políticas públicas para seu gerenciamento, como por exemplo a Previdência. Com uma parte da população mais jovem fora do mercado formal, a maior preocupação é a menor contribuição ao INSS, que paga a aposentadoria dos idosos.